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Mostrando postagens de setembro, 2013

Harvard e Os Gêmeos

        Certa vez, presenciei uma pessoa tentar ensinar assuntos genéticos administrativos quaisquer. Por diversas razões, fiquei muito irritado com algo que o "professor" falou.    O estimado colega relinchou  diversos conceitos canastrões, incluindo batidas referências à coca-cola, google e diversas multinacionais que, muitas vezes tentamos importar seus conceitos de produtividade para nosso dia-a-dia com culturalmente diferente.    Fico imaginando se descobrissem que o sucesso da China deve-se a incorporação de escorpiões na dieta, se o primo cocho de um equino iria sugerir a degustação destes invertebrados artrópodes sem, ao menos, examinar com mais detalhes a informação...    Mas enfim, fiquei muito incomodado com um tópico especial: uma referência errônea aos gêmeos.       Me remexi na cadeira...   Segundo o quadrúpede letrado, um experimento feito pela universidade de Harvard (provavelmente, com uma citação de Érico Verissimo na contra-capa) testou o poder de falar de

Um ombro

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Não sofra sozinho,            a dor é sempre intensificada pela aspereza da solidão. Não sofra sozinho           os olhos, secos, não enxergam o amigo Não sofra sozinho       quem sabe já existe uma resposta? Não sofra sozinho       parece tão simples Não sofra sozinho       parece tão distante Não sofra sozinho       tantas pessoas para escutar Não sofra sozinho       os ouvidos amigos querem te escutar Não sofra sozinho       a felicidade é sempre multiplicada quando dividida em conjunto As vezes uma pequena frase causa o efeito que grandes tomos juntos não consegue. Por ser pequena, ela já possui uma vantagem:  facilmente guardada na memória. Martelando a memória. Esta frase " Não sofra sozinho" ficou martelando por 3h até conseguir escrevê-la. Até estar pronta para sair da forma e ganhar, multiplicar, expandir-se pelo mundo. Ou pelas linhas. Mas expandir-se. Deixar de ser uma frase sozinha e virar parte de um todo, de um texto. Desta forma, ela ganha mais significado, se

Simples e Confuso

  Acordar, no meio do sono, acordar é muito mais que levantar. Acordar é esquecer as maravilhas oníricas que só um travesseiro surrado pode te dar.    É deixar para trás aquelas horas (ou minutos!) que não nos lembramos, porém que sentimos tanta falta. Acordar é esquecer sim.   Mas acordar é diferente de levantar. Levantamos ainda dormindo, levantamos ainda esquecidos de acordar, porém lembrados de sonhar.    Com olhos fechados, os corredores gritam suas paredes em nosso caminho e, meio que sem saber, chegamos na cozinha. Sim, na cozinha. Para tomar banho. Só então percebemos, ainda dormindo, que a cozinha é na verdade o banheiro.  Maravilhas de levantar dormindo.       Ainda sem acordar, pois nem sempre um banho na cozinha-banheiro nos acorda, nossa querida casa sussurra os demais afazeres matinais. Olhos bem fechados, a cara modelada pelo formato do travesseiro.    Orelhas vermelhas.    Vermelhas de sono... pelos? Levantados, e-r-i-ç-a-d-o-s. Dedos do pé pulsando, implorando para co

Um dia Comum

Durante a vida passamos por diversos momentos de mudança e alguns de reflexão. Há também aqueles que nascem para nos provocar caos, uma desordem completa na existência e, quem sabe, até mesmo uma reviravolta no destino. Mas hoje, foi um dia comum. Tão comum quanto qualquer segunda-feira resfriada poderia ser. Com atrasos eventuais e imprevisíveis no trabalho (sim... pois a esta altura da vida já estou trabalhando, quem diria? Ou seria: ainda...), risos e preocupações passageiras que logo serão destinadas ao esquecimento profundo da memória. O que esperar de um fim de dia? Ainda mais de uma segunda-feira? Muito mais ainda de uma segunda-feira fim-de-gripe, meia nublada, meia ensolarada, com médio trânsito? Por resumo: não havia mais nada a fazer naquela hora da noite, após o jantar, após o banho, a não ser: serviços domésticos. E isto me lembrou que eu tinha que lavar as cuecas. Lavar as cuecas é um ato muito maior do que uma simples frase pode descrever. Lavar a própria cueca significa