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Mostrando postagens de agosto, 2014

Um Estranho em Sua Própria Casa

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Um estranho em sua própria casa ou uma estranha casa em seu próprio eu. Foi nessa dúvida que ele estava após meses viajando. Morava sozinho, mora ainda, vamos pôr verbos no tempo correto. Sentado no sofá, admirando o silêncio da sala com sua nova impessoalidade inexistente antes da partida e do regresso. Algo estava, está diferente. O sofá não parece mais ser tão receptivo. Também aquelas paredes, que já testemunharam tantas coisas, impunham um silêncio estarrecedor ao ambiente. Tudo permanece no mesmo, exatamente no mesmo lugar de meses atrás. A negra camada de poeira denuncia o passar do tempo e sua constante insistência em soterrar o presente para que este não atrapalhe o caminho do tão esperado futuro. Sentia-se um caldeirão de sentimentos apoiado no sofá. A próxima prova do sopão de pensamentos veio com um gosto um tanto estranho: foi capaz de distinguir uma pitada de espanto ali no fundo da colher. Estava abismado. Levantara do sofá para beber um simples copo de água. Esquecera o