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Mostrando postagens de maio, 2014

Eita Bermuda!

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Quando eu era mais novo, sair de casa de bermuda a noite era coisa de vagabundo, daqueles vagabundos bem descarados. Andar de chinelo então, só sendo maloqueiro mesmo. Exageros a parte era mais ou menos assim. Quando tinha que sair a noite para alguma festa, a bermuda amargava um canto VIP na gaveta, a não ser que fosse, assim, algo de menor importância, uma visitinha. E olhe que lá onde eu morava sentia-se frio quando os termômetros registravam 26 graus. É um calor desgraçado. Mesmo assim, nada de bermuda. Eu odiava isso. Pense em um calor insuportável. A perna começava a suar e logo ficava irritado. Porém meus pais logo reclamavam se pensasse utilizar a despojada vestimenta como amenizador do tórrido clima noturno. Aliás, muita gente olhava de cara feia. “Vixe, que coisa de maloqueiro, tá desarrumado viu?” De dia tudo bem. De noite nunca. Engraçado como estas coisas marcam a gente de uma maneira incrível. Antes que alguém fale que isto é coisa do passado ou de cidade pequena, gostari

Sempre me Despeço

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Sem querer parecer dramático, mas aprendi a sempre me despedir das pessoas que gosto. Nada de experiências traumatizantes do tipo “e então nunca mais o(a) vi...” acompanhados de suspiros de pesar. Nem sempre o Adeus é carinhoso ou amoroso, mas insisto em torna-lo real. Em materializar o momento em palavras ou gestos que adjetivem bem a situação. Sabe? Realmente nunca havia dado valor a este tipo de atitude. Até um dia que percebi o quão distante dois lugares, duas pessoas ou dois momentos podem ser separados pelo tempo. O tempo, a mais cruel, rigorosa e precisa das distâncias, seja qual for a unidade de medida. Ele pode ser incrivelmente longo e distanciador. Mas demorei a perceber. Foram dois dias diferentes que contribuíram para esta visão. O primeiro me é claro, histórico, memorável e incrivelmente simples, até banal. Tão simples quanto apenas ocasiões memoráveis podem ser. A despeito de tudo, foi um momento sem grandes importâncias práticas para mim. Maio, Agosto ou Janeiro... não

Ciúme Aprigiano

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“Ah Aprígio! Deixa de ser ciumento.” Esta frase era como um mantra sendo constantemente repetida para o velho e bom Aprígio. No começo somente sua mulher o recitava. A cena típica acontecia na ocorrência de um decote um pouco mais ousado ou na ausência de alguns insignificantes centímetros na barra da saia. Todavia, seu olhar em muita diferia daquela ríspida e flamejante encarada tão normal aos que sofrem de paranoia afetiva, de ciúme mesmo. Ao invés de suas artérias estarem ardendo nas chamas do ódio, seus globos oculares eram banhados de um tipo de paz. Um olhar calmo, tranquilo e, até mesmo, carinhoso... Sua expressão costumava ficar envolta em uma camada de pura inocência. Mesmo assim, ali no fundo dos olhos, bem no cantinho mesmo, perto da divisa entra a visão e o tato, era possível perceber um tantinho de desaprovação. Seu ciúme pode ser classificado na forma mais estranha de todas: o ciúme infundado. Não havia razões conhecidas ou desconhecidas, explicitas ou ocultas para foment

Planejando uma Mala

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  Separei as camisas. Uma, duas, três. Hum... melhor pôr mais duas extras só por desencargo de consciência, vai que preciso sair e todas estão sujas? Quem já arrumou a mala para viajar e nunca pensou assim? Arrumar a mala pode ser um desafio de planejamento. Esqueçam aquelas malas gigantescas que os desengonçados turistas de plantão levam para viagens mundo a fora. Não, não... vamos focar em curtas jornadas. Ainda mais, que tal se restringir ao fim-de-semana estendido que tantos costumam passar em sua cidade-natal? Você já mora lá? Tente imaginar, ora bolas. Eu não moro. Arrumar a mala costuma ser uma peleja na tentativa de esboçar todas as situações possíveis de ocorrer.  É necessário levar tudo que possa vir a ser necessário. Coitado destes que moram em suas cidades-natal, nunca foram desafiados pelo presente a antever o futuro. Porque passar o fim de semana ali na praia é fácil, você sabe que vai para a praia. Visitar a terra das lembranças envolve uma ansiedade de fazer tudo, de vi