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Mostrando postagens de novembro, 2013

CINCO DEDOS

Certa vez recebi um tapa Não foi um tapa qualquer, Ficou a marca, e não foram só 5 dedos. Não, não... não que a mão hostil fosse algo amórfico, com centenas de terminações funcionais. Mas cinco dedos seriam poucos, poucos demais. Exageradamente poucos para descrever aquela marca. Por sinal, “marca”, também não é uma palavra, digamos assim... apropriada. Creio que cicatriz, talvez. Tatuagem. Tatuagem seria mais apropriado. A marca ficou para a vida toda. O mundo parou. (Mesmo que momentaneamente), o mundo parou para mim. Para mais ninguém ele parou. Mas para mim, aparentemente, ele parou. A respiração, tensa, pesada, cadenciava o movimento dos ombros (longe de estarem relaxados). De repente, os pés começam a perder contato com a superfície. Felizmente os olhos estavam ocupados demais para perceber o abismo que se abria por debaixo do corpo. Bem, convenhamos novamente, mas “abismo” é uma analogia batida demais, gringa demais, comum demais e longe demais da minha realidade. Me permitam mu

Nossos Tesouros

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Sabe? Sempre quis saber desenhar. Outro dia desses, vi uma tirinha onde a expressão do personagem passava uma melancolia incrível no sabadoqualquer.com.br: http://cdn.umsabadoqualquer.com/umsabadoqualquer.com/wp-content/uploads/2011/07/746.jpg Mas tudo que sei desenhar é isto:                    E talvez alguns outros traços semelhantes. Sempre quis saber expressar algo desenhando: seja uma história engraçada, triste, política, moral. Só queria saber desenhar. Fiz até um curso.  Durou 1 dia. Desenhar o sentimento nos olhos e gestos de um personagem. Por mais que tentasse, nunca sai disso:                                                           Depois de alguns anos praticando incansavelmente, aprendi algo tridimensional:                                                   Porém, meu maior orgulho mesmo foi quando apliquei as técnicas de perspectivas no desenho:                                                   E, depois de alguns meses de treino, cheguei na minha capela sistina: Mas, a

Uma Casa Simples

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Era uma casa simples. Quartos, sala, cozinha... móveis. Suas paredes passaram anos vestindo branco. Depois de um tempo, outras cores surgiram. Muitos dos móveis vieram de uma casa anterior. Contavam histórias de famílias: cadeiras de madeira, bancos para jogar conversa fora, mesas de outrora. O sofá... o sofá, amaciado por todos, sempre foi disputado como o melhor lugar para durmir. Havia uma varanda. Digo "havia", mas ainda há. E populavam esta varanda, diversas plantas e uma mesa para a família tomar um café, uma cerveja ou mesmo jogar conversa fora. Há sim... nesta varanda, era possível encontrar uma rede também. Mas não era uma rede qualquer. Ela balançava devagarinho... tentando impor uma cadência carinhosa a fim de disputar com o sofá o posto máximo do desejo doméstico. Na sala, aquela onde ficava o sofá, havia um TV grande. Grande mesmo, grande em todas as dimensões. Diferente destas TV`s novas que lembram folhas de papel, a nossa lembrava era o dicionário todo mesmo.