CINCO DEDOS
Certa vez recebi um tapa Não foi um tapa qualquer, Ficou a marca, e não foram só 5 dedos. Não, não... não que a mão hostil fosse algo amórfico, com centenas de terminações funcionais. Mas cinco dedos seriam poucos, poucos demais. Exageradamente poucos para descrever aquela marca. Por sinal, “marca”, também não é uma palavra, digamos assim... apropriada. Creio que cicatriz, talvez. Tatuagem. Tatuagem seria mais apropriado. A marca ficou para a vida toda. O mundo parou. (Mesmo que momentaneamente), o mundo parou para mim. Para mais ninguém ele parou. Mas para mim, aparentemente, ele parou. A respiração, tensa, pesada, cadenciava o movimento dos ombros (longe de estarem relaxados). De repente, os pés começam a perder contato com a superfície. Felizmente os olhos estavam ocupados demais para perceber o abismo que se abria por debaixo do corpo. Bem, convenhamos novamente, mas “abismo” é uma analogia batida demais, gringa demais, comum demais e longe demais da minha realidade. Me permitam mu