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Mostrando postagens de maio, 2015

Por favor, deixe o outro passar

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O que é se não a essência da vida em comunidade,  o respeito ao próximo? Seja lá quão próximo ou distante ele seja. Aqui do alto vejo a falta que isto faz. A menos de um susto ou outro que levo, pouco me faz diferença. Vivo fora, praticamente a mercê de todos. Mas não cego, e sim altivo e brilhoso lanço meu olhar sobre o cotidiano ao redor. Ele avança erroneamente, acha que dá, mas não deu certo. Assusta ela e, ao invés de um “bom dia, como estas elegante e bonita”, quem sabe não seria ai o início de um belo romance, xinga e é xingado. O romance dá lugar a um drama sem fim e sem razão. Esta visão com a qual fui privilegiado me permite ver a beleza de um cantinho de praça com seu banco esbranquiçado. Vazio, evitado pelo barulho das pessoas e coisas que por perto passam. A gritaria aguda sobrepõe-se ao veludo de um sussurar apaixonado. Já foi a época de ser um banquinho para apaixonados. Ela ia pedir ele em casamento. Engraçado não? No instante derradeiro, belos joelhos femininos prostra

Um banco na praça

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Sentou na praça, em um banco branco de praça. Nada o incomodava tanto naquele exato momento. Mesmo assim, seus olhos deixavam o claro o peso que a alma carregava. Um suspiro desprendeu-se de seus pulmões e, como o novilho desgarrado, fugiu de seu corpo. Alcançou algo mais a frente. Em outro singelo descanso público, logo vizinho ao seu momentâneo templo de repouso, a pequena e fujona massa de ar encontrou ouvidos alheios antigos. Ouvidos que já escutaram tanto... Capazes de perceber o passar o do tempo meramente pelo efêmero tic-tac entoado pelo relógio do destino. Ouvidos em repouso, apenas admirando a contínua transformação de futuro em passado. _Não vale a pena meu jovem – Palavras ecoaram entre os dois bancos da praça. – Não vale a pena. “Oi?”, respondeu perguntando. _Seja o que for, não vale a pena este seu pesar. Eles estão te oprimindo? Todos nos fazem mal. “Como você sabe?”, perguntou respondendo. _É assim nosso mundo: quando você brilha, querem te apagar. Quando é opaco feito

Meu Adversário

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Ansiava por este dia. Uma meta individual e silenciosa. Desde sempre, meus treinos eram isto. Treinos. Treinos para algo mais. Não. Não desejava uma luta profissional. Não desejava lutar. Mas minha meta era treinar com ele. Contra ele. Dia após dia suei. Estudei cada movimento. Como socar. Como fazer a alavanca com o corpo. Como me defender. Como atacar para me defender. Correr cada vez mais. Esquivar. Aguentar cada vez mais. Um assalto. Dois. Três. Quatro. Cada assalto extra é uma maratona. Três minutos eternos. Respirações eternas. Raiva transformada em movimento. Concentração. Um dia seria chamado para o ringue. Um dia lutaria contra o próprio mestre. Contra o professor. Um dia. Dediquei os movimentos dos pés. Sincronizei-os com os ombros. Coordeneis meus braços cansados. Olhos furiosos. Calmos. Dedicados. Focados. Em um treino cheio, apenas enxergava o adversário. Suas luvas. Seus movimentos. Suas fraquezas e seus pontos fortes. “Você!”, disse. Venha aqui! Foram meses de dedicação

CEP: Geladeira

Dorotéia era uma pizza que estava morando em minha geladeira. Acabei jogando fora quando desconfiei que ela estava de saco cheio da morada. Creio que foram umas 5 semanas naquele CEP. Marta, uma vizinha da prateleira de cima, já dominava a área há algum tempo. Era um ser complexo, com uma profundidade psicológica multidiversificada. Ou seja, uma cebola e suas várias camadas. Já Tobias, este é um fanfarrão. Gordinho, rechonchudo como ele mesmo. Costumava passar o dia com um sorriso amarelo estranho. Hoje já está meio desgastado, puxado para o marrom. Nunca descobri que variedade de Melão ele é, mas que é um Melão, tenho certeza. Seu Constantatino, o pimentão murcho. Já foi verde, já foi vermelho. Agora vive amarelado, meio adoentado, o bichinho. Maristela, a manteiga que ninguém sabe a idade e mente o peso. Tenho pra mim que ela é uma margarina. Sem sal, ainda por cima. Seu Constantino jura que provou e acusou-a de estar além do prazo de validade. Pierre, um vinho que só reclama da vida

Verde Esperança

Oi. Tudo bom?  Deixa eu me apresentar. Faço parte da imensa popula ção dos quase-gordinhos querendo ficar menos gordinhos. Graças a pesquisas exaustivas cheguei em uma dieta perfeita. Revolucionário por assim dizer. Pesquisas nem tanto cientificas n em tanto culinárias. Algo  do dia   a   dia ,  mesmo. Prática. Talvez não tão prática,  porém  eficiente. Assim como... usar a palavra “como” me dá vontade de comer. Enfim, da mesma forma como (opa!) grandes descobertas da humanidade, foi mais ou menos sem querer que encontrei uma luz no universo das milagrosas receitas milagrosas . Para falar a verdade, nunca tentei nenhuma delas, por isto não espero que você tente  também . Sempre fui  adepto   do  papo “exercício, alimentação e sacrifício”. Infelizmente ,  existe um abismo gigantesco e ntre  o que se pensa e o que se faz. Especialmente quando o assunto são guloseimas e  exercícios matinais. Exatamente! E sse seu sorriso te entrega. Você sabe do que estou falando! Sábados. Sábados, além d