Um banco na praça
Sentou na praça, em um banco branco de praça. Nada o incomodava tanto naquele exato momento. Mesmo assim, seus olhos deixavam o claro o peso que a alma carregava.
Um suspiro desprendeu-se de seus pulmões e, como o novilho desgarrado, fugiu de seu corpo. Alcançou algo mais a frente.
Em outro singelo descanso público, logo vizinho ao seu momentâneo templo de repouso, a pequena e fujona massa de ar encontrou ouvidos alheios antigos. Ouvidos que já escutaram tanto... Capazes de perceber o passar o do tempo meramente pelo efêmero tic-tac entoado pelo relógio do destino.
Ouvidos em repouso, apenas admirando a contínua transformação de futuro em passado.
_Não vale a pena meu jovem – Palavras ecoaram entre os dois bancos da praça. – Não vale a pena.
“Oi?”, respondeu perguntando.
_Seja o que for, não vale a pena este seu pesar. Eles estão te oprimindo? Todos nos fazem mal.
“Como você sabe?”, perguntou respondendo.
_É assim nosso mundo: quando você brilha, querem te apagar. Quando é opaco feito eles, se sentem bem. - E continuou...
_Vou te contar uma história. Me responda uma pergunta: você sabe quem é a pessoa mais pobre do mundo?
“Não, não sei”, indiferente como quem tem medo de estranhos. Curioso, como quem esta aberto a escutar.
_É a pessoa que precisa do reconhecimento dos outros para ser feliz. - Por hábito, prosseguiu.
_Esqueça quem te incomoda. Faça sua parte e seja feliz.
O senhor levantou-se de seu banco branco e deu alguns passos em direção à rua. Notou a ausência da respiração do jovem e olhou para o banco ainda ocupado. Por trás de seus olhos deveria indagar-se porque não foi seguido, porém limitou-se a lançar outra pergunta:
_Meu jovem, qual a profissão mais antiga do mundo?
“Profissional liberal do sexo. Puta mesmo”, pensou o rapaz. Porém, provavelmente pelo respeito inerente a diferença de idade, apenas respondeu “Não sei, qual o senhor acha que é?”.
_É puta, meu filho! Profissional liberal do sexo. E elas trabalharam bastante nestes últimos dez mil anos.
Ensaiou um riso no canto da boca e parou um pouco. Tomou fôlego, arregalou os olhos como quem acaba de receber uma iluminação divina ou acha algo perdido há muito tempo e continuou:
_Sabe? Depois de tantos milênios de trabalho, o mundo está cheio, repleto de seus filhos. São os famosos “Filhos da Puta”. Então não se deixe influenciar por gente ruim, eles são a maioria.
Terminou de esboçar o sorriso e continuou seu caminho, apenas deixando o rapaz imerso em pensamentos, observado para o eterno tic-tac do destino a transformar “o que vem há ser” em “no que houve de existir”.
Um suspiro desprendeu-se de seus pulmões e, como o novilho desgarrado, fugiu de seu corpo. Alcançou algo mais a frente.
Em outro singelo descanso público, logo vizinho ao seu momentâneo templo de repouso, a pequena e fujona massa de ar encontrou ouvidos alheios antigos. Ouvidos que já escutaram tanto... Capazes de perceber o passar o do tempo meramente pelo efêmero tic-tac entoado pelo relógio do destino.
Ouvidos em repouso, apenas admirando a contínua transformação de futuro em passado.
_Não vale a pena meu jovem – Palavras ecoaram entre os dois bancos da praça. – Não vale a pena.
“Oi?”, respondeu perguntando.
_Seja o que for, não vale a pena este seu pesar. Eles estão te oprimindo? Todos nos fazem mal.
“Como você sabe?”, perguntou respondendo.
_É assim nosso mundo: quando você brilha, querem te apagar. Quando é opaco feito eles, se sentem bem. - E continuou...
_Vou te contar uma história. Me responda uma pergunta: você sabe quem é a pessoa mais pobre do mundo?
“Não, não sei”, indiferente como quem tem medo de estranhos. Curioso, como quem esta aberto a escutar.
_É a pessoa que precisa do reconhecimento dos outros para ser feliz. - Por hábito, prosseguiu.
_Esqueça quem te incomoda. Faça sua parte e seja feliz.
O senhor levantou-se de seu banco branco e deu alguns passos em direção à rua. Notou a ausência da respiração do jovem e olhou para o banco ainda ocupado. Por trás de seus olhos deveria indagar-se porque não foi seguido, porém limitou-se a lançar outra pergunta:
_Meu jovem, qual a profissão mais antiga do mundo?
“Profissional liberal do sexo. Puta mesmo”, pensou o rapaz. Porém, provavelmente pelo respeito inerente a diferença de idade, apenas respondeu “Não sei, qual o senhor acha que é?”.
_É puta, meu filho! Profissional liberal do sexo. E elas trabalharam bastante nestes últimos dez mil anos.
Ensaiou um riso no canto da boca e parou um pouco. Tomou fôlego, arregalou os olhos como quem acaba de receber uma iluminação divina ou acha algo perdido há muito tempo e continuou:
_Sabe? Depois de tantos milênios de trabalho, o mundo está cheio, repleto de seus filhos. São os famosos “Filhos da Puta”. Então não se deixe influenciar por gente ruim, eles são a maioria.
Terminou de esboçar o sorriso e continuou seu caminho, apenas deixando o rapaz imerso em pensamentos, observado para o eterno tic-tac do destino a transformar “o que vem há ser” em “no que houve de existir”.
![BANCO-DE-PRACA](https://aquelecaminho.files.wordpress.com/2015/05/banco-de-praca.jpg?w=300)
👍
ResponderExcluir— Mayara ( Sent from Mailbox )
On Sat, May 23, 2015 at 4:42 AM, Aquele Caminho